A Randstad Global acaba de lançar o relatório The Gen Z Workplace Blueprint: Future Focused, Fast Moving. Em causa está o relatório que analisa as expetativas e os comportamentos da Geração Z (nascidos entre 1997 e 2012). Ou seja, a primeira geração 100% nativa digital, no mercado de trabalho.
O estudo mostra que os jovens permanecem, em média, apenas 1,1 anos em cada emprego nos primeiros cinco anos de carreira. Ou seja, menos de metade do tempo dos Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964: 2,9 anos) e da Geração X (1965-1980: 2,8). Aliás, significativamente abaixo dos Millennials (1981-1996: 1,8).
Porém, mais do que qualquer outra geração, a Geração Z avalia novas oportunidades tendo em conta os seus objetivos de longo prazo. Mais concretamente, 85% dos jovens dizem considerá-los decisivos.
De acordo com o estudo, esta mobilidade não resulta de desinteresse ou “falta de lealdade”, mas de ambição e ausência de percursos claros de progressão.
A escassez de funções de entrada é uma das principais razões: globalmente, os anúncios de empregos para perfis de carácter júnior caíram 29% desde janeiro de 2024. Aliás, com quedas particularmente acentuadas nos setores da tecnologia (-35%), logística (-25%) e finanças (-24%).
Não surpreende, por isso, que a progressão de carreira seja o segundo maior fator de mudança de emprego, logo a seguir ao salário. Atualmente, mais de metade dos Gen Z (52%) estão ativamente à procura de uma nova oportunidade e apenas 11% planeiam permanecer a longo prazo na função que ocupam.
A geração mais jovem combina confiança digital com insegurança profissional. 79% afirmam que aprendem novas competências rapidamente, mas 41% dizem não ter confiança para encontrar outro emprego. Já 44% reconhecem que a função atual não corresponde ao emprego de sonho.
Outro traço distintivo da Geração Z é o aumento das atividades paralelas (side hustlers): apenas 45% têm um único emprego a tempo inteiro, valor bastante inferior ao das gerações anteriores. Muitos jovens conciliam o trabalho principal com atividades paralelas, seja por necessidade financeira, seja para responder ao desejo de propósito e flexibilidade.
A Inteligência Artificial surge como motor de transformação, mas também de ansiedade.
Ainda assim, 46% dos profissionais temem o impacto da IA nas suas carreiras, acima dos 40% registados em 2023. Persistem também desigualdades no acesso à formação: 46% dos homens receberam formação em IA, enquanto apenas 38% das mulheres tiveram essa oportunidade.
“A Geração Z está a transformar profundamente o mundo do trabalho. Apesar da sua ambição e confiança digital, estes jovens sentem-se muitas vezes limitados pela falta de progressão e por um mercado que oferece menos oportunidades de entrada. Cabe às empresas criar percursos de carreira claros, programas de desenvolvimento inclusivos e estratégias de aprendizagem digital-first que ajudem os jovens a prosperar e a permanecer mais tempo nas organizações”, afirma Isabel Roseiro, Diretora de Marketing da Randstad Portugal.
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