10 mitos sobre o ciberbullying que mereces ficar a conhecer

O mês de setembro que se avizinha marca o regresso às aulas de miúdos e graúdos. Assim sendo, com o enfoque na prevenção da cibersegurança, há um alerta para a escalada do ciberbullying.

Em parceria com a ESET, fazemos aqui uma lista dos dez mitos sobre este fenómeno, o ciberbullying, que mereces ficara conhecer.

A saber, em termos de estatística, nos EUA, em fase de ensino básico e secundário, mais de 58% dos alunos já sofreram algum tipo de assédio online durante o seu percurso de vida. Analogamente, em 2019, esse número era de 37% e em 2009, 24%. Mais alarmante, ainda, 43% dos adolescentes daquele país já foram vítimas de ciberbullying.

Similarmente, em Portugal, o fenómeno também é registado um crescimento alarmante, mas sem dados que permitam quantificar. Existe somente um relatório do Grupo de Trabalho de Combate ao Bullying nas Escolas, formado pelo Centro Internet Segura (CIS):

aponta para a existência de um fenómeno de vitimização preocupante nas escolas portuguesas, com uma prevalência superior à de outros países europeus.

Permanece nos pais e encarregados de educação uma preocupação profunda com estas tendências. No entanto, e de forma, a evitar meias verdades, a ESET decidiu apresentar e desconstruir dez mitos associados ao ciberbullying.

Nunca esquecer,
uma sociedade informada é uma sociedade segura.

 

1. O que acontece online assim fica

O ciberbullying é altamente influenciado pelo advento das novas tecnologias, mas tem a sua génese no bulltying e na psique humana.

São inúmeras as razoes pelas quais as crianças podem-se envolver em comportamentos de bullying. Aliás, desde pressão dos colegas, baixa autoestima, busca por atenção ou até abuso doméstico contribuem para este fenómeno.

Decerto que as plataformas digitais permitem que haja uma intimidação das vítimas de forma mais generalizada. No entanto, isso não se limita somente ao mundo online.

Quem agride, pode atormentar a vida da pessoa no mundo físico e no mundo virtual. Sendo que, os dados psicológicos são nefastos e tem um impacto muito grave nas vítimas.

2. São apenas crianças a serem crianças

Ignorar o bullying com algo corriqueiro no quotidiano de uma criança, ameaça minimizar severamente a s gravidade deste fenómeno.

Vejamos, os impactos causados podem acarretar problemas a longo prazo no desenvolvimento social, físico e emocional da vítima de bullying.

No entanto, é de facto verdade e verídico que ciberbullying não é algo confinado somente a jovens e crianças. Existem adultos vitimas de trolling, doxing, revenge porn e stalking, que são, assim, formas de ciberbullying.

3. “Não dói Joca!” – Ignora, que passa!

Sejamos completamente sinceros, ignorar, raramente, soluciona o problema. Da mesma forma, é erróneo admitir que denunciar o comportamento de ciberbullying só irá piorar a situação.

Na verdade, a tentativa de ignorar pode encorajar o agressor, e assim, a situação piora. Assim, só medidas conjuntas e enfrentando o agressor diretamente é que há esperança de a situação ficar resolvida.

4. O meu filho conta-me tudo. Se algo estiver errado, ele vai-me contar.

Durante as fases de crescimento da criança, a relação com os pais também sofre mudanças. Portanto, a relação psicológica e emocional também sofre alterações.

Ênfase é dado na fase da adolescência, onde pode haver sentimentos de culpa ou vergonha pelo que está acontecer.

Portanto, a solução passará por tranquilizar e apoiar! Nunca julgar ou punir.

5. Esconder a tecnologia vai resolver o problema

Cortar o mal pela raiz também não irá servir de muito. Ainda que o ciberbullying seja facilitado pela tecnologia, não desaparece miraculosamente se privar o seu filho de tecnologia, uma vez que, o assédio pode muito bem continuar offline.

6. É quase impossível identificar os agressores online

Certamente que o escudo do anonimato forneça poder ao agressor. Outrossim, a realidade é que o agressor, na maioria das vezes, conhece a sua vítima.

No entanto, as redes sociais e outras plataformas conseguem desmascarar certos utilizadores. Ou seja, mediante queixa e prova que violaram os termos de utilização da plataforma por meio de assédio ou agressão.

7. O ciberbullying é fácil de identificar

Ciberbullying é um fenómeno silencioso, e ainda as variáveis que o caracterizam são múltiplas e são difíceis de identificar. Visto que:

      • Ocorre virtualmente;
      • Não deixa cicatrizes físicas;
      • Causa danos mentais às vítimas

Portanto, é necessário mudar a nossa maneira de pensar para ter impacto na nossa maneira de agir.

8. Os agressores são pessoas más e marginalizadas

Um mito. Quando a identidade dos agressores é revelada muitas vezes pode chocar amigos e familiares.  O véu do online faz com que haja atitudes que nunca aconteceriam no mundo real.

A saber, a maioria dos instigadores também já foi alvo de ciberbulling, ou até mesmo porque tem baixa autoestima ou problemas de saúde mental.

Afinal, é fácil retratá-los como o diabo, especialmente se houver dano. No entanto, a verdade é mais complicada e profunda.

9. O ciberbullying aumenta a incidência de suicídio

Ainda que haja causalidade, neste caso a correlação não implica causalidade. Assim, o ciberbullying pode ser mais um fator para um jovem decidir tentar por termo à sua vida.

De todas as maneiras devemos estar atentos para os perigos que o ciberbulling representa, sobretudo, para os membros mais vulneráveis da nossa sociedade.

10. A culpa recai nas redes sociais

Ainda que as redes sociais e as plataformas de mensagens sejam demonizadas por serem facilitadoras do ciberbullying, o paradigma não é o que parece.

Assim, existe cada vez mais legislação forte a que exista um policiamento constante do seu ecossistema. Dado que o bullying nem sempre é fácil de identificar.

O contexto, as nuances, a gíria e as idiossincrasias linguísticas são, por vezes, difíceis de detetar com precisão pelos algoritmos. Ainda que pareça pouco, a verdade é que estão a haver melhoramentos constantes e significativos.

Como ser parte da solução e não do problema?

Ricardo Neves, Responsável de Marketing da ESET Portugal, identifica:

“Grande parte do ciberbullying começa numa navegação online inconsciente, na exposição excessiva de dados pessoais e no contacto com ataques de engenharia social”

Acrescenta ainda,

“É fundamental proteger e capacitar os mais jovens, ajudando-os a reconhecer riscos, limitar o acesso a conteúdos nocivos e reduzir a partilha indevida de informação”

Finaliza com

“a tecnologia, quando usada de forma equilibrada e criteriosa, pode ser uma aliada essencial na mitigação dos riscos. Ferramentas como o controlo parental, a definição de limites de tempo e horários, bem como a proteção da webcam e a monitorização do microfone nos dispositivos, contribuem para reforçar a segurança e a privacidade. Também a monitorização de violações de dados ajuda a detetar precocemente potenciais exposições em espaços digitais obscuros que muitos casos estão associados ao ciberbullying”.

Em suma, importa realmente investir na educação e sensibilização. Vimos que a solução não passa por privar ou isolar a criança, ou jovem, do mundo digital. Mas sim, ficar atento a qualquer sinal de alerta, e promover, sempre, um diálogo aberto e oferecer apoio emocional.

 

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