As compras na Temu e Shein podem perder as isenções alfandegárias ao entrar no espaço comunitário. Assim, comprar nestas plataformas online pode perder o seu apelo para os consumidores na União Europeia caso efetivamente se apliquem as taxas perspetivadas pela União Europeia e trazidas à ribalta pelo comissário eslovaco, Maroš Šefčovič.
O comissário europeu alerta para o facto de milhares de milhões de produtos asiáticos comercializados por plataformas como a Shein e Temu inundarem o espaço comunitário não cumprirem com as regulações europeias. Somam-se, portanto, preocupações ambientais às preocupações com a contrafação e falta de qualidade destes artigos baratos.
Possível fim da isenção para encomendas online até 150 €

A Comissão Europeia (CE) fez saber que muitos dos produtos baratos que entram na União Europeia todos os anos não vão ao encontro das suas regras. De igual modo, salientou que as empresas europeias que, efetivamente, respeitam as regras ficam em desvantagem competitiva.
Por outras palavras, os milhares de artigos baratos, popularizados por compras na Temu e Shein não seguem as mesmas regras que os concorrentes europeus. Por isso, o tecido económico europeu fica a perder face à inundação de artigos de baixo valor que acabamos por comprar.
“Temos assistido a um aumento dos produtos de baixo valor vendidos por comerciantes de países terceiros em mercados em linha”, apontou Henna Virkkunen, Vice-Presidente da Comissão Europeia. “Muitos desses produtos foram considerados inseguros, contrafeitos ou mesmo perigosos, pelo que nem sempre cumprem as nossas normas.”
Compras na Temu e Shein estão a injetar produtos de baixo valor na UE
Atentando às métricas partilhadas pela Comissão, só ano passado, cerca de 4,6 mil milhões de encomendas de baixo valor entraram na União Europeia. Isto é o equivalente a 12 milhões por dia, três vezes superior aos valores registados em 2022. Ainda segundo a mesma fonte, sensivelmente 91% destes produtos são oriundos da China.
Face ao exposto, e mediante documento de orientação, a CE afirmou que iria trabalhar com as autoridades aduaneiras nacionais dos 27 Estados-Membros da União (no nosso caso com a AT). Tudo para se concentrar nos produtos considerados não seguros, vendidos online através de plataformas como a Temu e Shein.
Além disso, a CE pretende que toda a União intensifique a vigilância de mercado. Isto bem como a aplicação de rigorosos testes de qualidade e conformidade com os padrões comunitários.
Note-se, por fim, que este apelo ao levantamento das isenções às compras na Temu e Shein é apenas um dos vértices da política de reforço da competitividade das empresas europeias a pautar o curso da União durante os próximos anos.
Compras na Temu e Shein podem ficar mais caras
Importa frisar que já em finais de outubro passado a Comissão Europeia apresentou uma queixa formal contra a Temu. No cerne da ação judicial a CE apontava a incapacidade de impedir a venda de produtos contra legis, ou ilegais pela gigante das vendas online.
De igual modo, o órgão representativo dos consumidores europeus, a BEUC, alertou já para os perigos das compras na Temu e Shein. Desde os cosméticos com rótulos errados, aos aquecedores elétricos inseguros, ou brinquedos para crianças que escondem riscos de asfixia, o alerta é real.
Em suma, é provável que, num futuro próximo, fazer compras na Temu e Shein fique mais caro pela ordem de razões elencada. Até lá, podemos continuar a aproveitar estas pechinchas por nossa conta a risco.
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